Violar Tocão

quarta-feira, junho 28

Freud fodão?

23:15, metrô de BH. Lá estava eu "curtindo" a volta para casa dentro daquele que era o último trem disponível. Como de costume estava atento à quase tudo ao meu redor, inclusive às pessoas e seus assuntos, normalmente relacionados ao calor e ao cansaço. Resolvi me concentrar na conversa de duas estudantes de psicologia que falavam de um modo obsessivo sobre a vida de Freud, desde sua rivalidade com Jung até seu vício em cocaína .Mas ,o que ficou na minha memória daquela conversa foram os últimos comentários e a conclusão:
_ esse cara fudeu Jung;
_ esse aí fudeu todo mundo!
_ enfim, Freud é muito fodão! Respectivamente.
9:30 do dia seguinte, faculdade. A aula de filosofia tivera seu início às 8:50, mas resolvi alongar um papo que eu estava tendo com Erick Brum , um colega que está mais a frente no curso de Comunicação. O tema era música , falávamos principalmente do punk inglês, mais especificamente do The Clash. E então, em um passe de mágica, Erick relaciona a perversidade da banda com a do Freud: _eles fudiam todo mundo, é tipo o Freud nos seu estudos !
É claro que caminhei a conversa para seu término, Erick ainda concluiu:_ Freud realmente é fodão... Bom, a minha conclusão foi em silêncio .
Entrei na sala, justifiquei meu atraso mentindo que estava resolvendo problemas na secretaria, e antes de sentar-me ouço do professor de filosofia:_ Vamos estudar Freud , vocês vão adora-lo, o cara é muito fodão! Dei meia volta e falei: _ ah!tenho que voltar para secretaria , esqueci meus óculos por lá...(não uso óculos).
A pressão era muita , quase sufocante, tinha que saber de qualquer jeito quem era esse tal de "Fróide" e qual era seu poder de fudeção!
Pela primeira vez adentrei a biblioteca da PUC , fui na seção de psicologia e peguei um livro que discorria sobre suas idéias. Tudo fez sentido; sonhos eróticos, sexo entre pais e filhos , sexo entre irmãos , libido agressiva, enfim, putaria e fudeção sem limites. Realmente, mudar o pensamento da humanidade falando tudo isso é uma benção dada para poucos tarados.

Marcus Vinícius Evaristo